A qualidade de vida na carreira de Docentes no Serviço Público, na
maioria das vezes ocorre em função de um conjunto de fatores que independem do
profissional. O que se observa é que a atribulação da vida diária, inclusive,
precisando dar aulas em diversos lugares para garantir uma vida financeira mais
estável, acabam por levar o profissional docente a não perceber o nível de
qualidade de trabalho oferecido.
Muitas vezes estão envolvidos em escolas que não oferecem as condições mínimas
de exercer suas atividades com dignidade, com respeito e ética, além de
receberem um salário muito aquém de sua capacidade, de seu esforço e,
especialmente, de sua responsabilidade quanto à educação dos jovens e
adolescentes sob sua responsabilidade. O presente artigo tem como objetivo
fazer um alerta sobre a qualidade de vida no trabalho dos docentes para toda a
sociedade em geral, bem como servir de levantamento bibliográfico sobre a
qualidade de vida dos funcionários públicos em geral, preparando dados para uma
futura pesquisa quantitativa.
Introdução
Dentre os vários conceitos atribuídos a Qualidade de Vida, esta
apresenta uma acepção mais ampla, segundo Moreira (2007), quando influenciada
por estudos sociológicos, sem fazer referência a disfunções ou agravos à saúde.
A Qualidade de Vida poder ser definida como a percepção do indivíduo sobre a
sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais
ele vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.
A Carta de Ottawa é um documento apresentado na Primeira Conferência
Internacional sobre Promoção da Saúde, realizado em Ottawa, Canadá, em novembro
de 1986.
Trata-se de uma Carta de Intenções que busca contribuir com as políticas de
saúde em todos os países, de forma equânime e universal. A Qualidade de Vida
dos professores não foge completamente ao que se disse até o momento,
entretanto, existem outros comentários a serem realizados quando o interesse é
a Qualidade de Vida no trabalho, ou seja, no exercício da profissão docente.
Existem fatores que ocasionam a degradação da qualidade de vida do indivíduo,
os quais quando não sanados no próprio ambiente de trabalho, como o desrespeito
profissional, a falta de condições ambientais, a falta de recursos didáticos,
ou a nível individual, como a desmotivação financeira, a impossibilidade de
capacitação, acarretam sintomas psicológicos e até doenças psicossomáticas ou
cardiovasculares, como por exemplo, a depressão ou o estresse, os quais levam à
diminuição da produtividade do profissional e consequentemente a qualidade do
ensino ministrado por ele. Assim como há fatores motivacionais, baseados em
vários estudos, mas principalmente baseados no dia a dia desses profissionais
da Educação.
Segundo, Frederick Herzberg, em seus estudos iniciais, pediu aos participantes
para que descrevessem coisas em seus trabalhos que eles achassem extremamente
boas ou ruins. Entre as coisas extremamente boas estavam os fatores intrínsecos
ao trabalho em si, com realização, reconhecimento, a natureza do trabalho em si
e a responsabilidade. Herzberg chamou estes fatores de satisfação de
"motivadores", visto que eles pareciam necessários para melhorias
substanciais no desempenho no trabalho.
Eles correspondem aos níveis superiores da
hierarquia das necessidades de Maslow: estima e realização pessoal. Entre as
coisas excepcionalmente ruins, os pesquisados por Herzberg mencionaram na
administração da empresa, má supervisão, condições de trabalho ruins, salários
baixos e mau relacionamento com os colegas. Herzberg escolheu o nome de
"higiene" para estes fatores, porque eles são preventivos por
natureza... eles não são capazes de motivar, mas podem impedir a motivação.
Os "fatores de
higiene" são extrínsecos ao trabalho. Eles correspondem aos níveis das
necessidades fisiológicas, de segurança e sociais da hierarquia de Maslow. Para
que haja motivação, é necessária a presença de ambos os fatores de motivação, tanto
os de higiene como os de motivação. O trabalho de Herzberg destaca que as
necessidades de nível inferior são facilmente atendidas. Ele defende o
enriquecimento de cargos para atender às necessidades de nível superior, porque
oferece uma oportunidade para o crescimento psicológico do subordinado. Para
enriquecer um cargo, um supervisor pode acrescentar tarefas novas ou mais
difíceis, designar trabalhos especializados que permitam um aprimoramento
técnico dos subordinados, ou conceder autoridade adicional a um subordinado. Os
motivadores têm um efeito a prazo muito mais longo nas atitudes dos
subordinados do que os fatores de higiene. Mas isso não significa que o
enriquecimento de cargos seja uma solução oportuna; segundo Herzberg, é uma
função gerencial contínua.
Quando se vai
produzir uma pesquisa, é preciso definir com clareza algumas questões
referentes ao caminho metodológico que se vai seguir, sempre se preocupando em
utilizer métodos que possibilitem a exploração do tema de forma que a realidade
seja descrita com o máximo de fidelidade possível. Pois, os resultados finais
irão caracterizar, especialmente nesse tipo de estudo, a opinião de uma classe
de profissionais sobre um determinado assunto, em um determinado lugar. Tendo
como objetivo fazer um levantamento bibliográfico sobre a qualidade de vida de
professores, preparando dados para uma futura pesquisa quantitativa, este
estudo caracteriza-se por ser descritivo e exploratório. Assim, uma pesquisa
exploratória, segundo Marconi & Lakatos (2003), é essencialmente descobrir
idéias e intuições, utilizando métodos de pesquisa flexíveis, que permita a
consideração de muitos aspectos de um mesmo fenômeno. Já a pesquisa descritiva,
tem por objetivo apresentar as características de uma situação e verificar uma
hipótese de relação causal entre variáveis (KERLINGER, 1980). Essa pesquisa é
exploratória, utiliza-se esse tipo de estudo quando se quer apresentar
características específicas de uma dada situação, um grupo ou um indivíduo
específico. O estudo exploratório pode ainda, ter outras funções.
O pesquisador pode
querer aumentar o conhecimento sobre o fenômeno que deseja investigar de uma
forma mais estruturada, futuramente, ou esclarecer conceitos, estabelecer
prioridades, obter informações sobre possibilidades na vida real, apresentar
problemas considerados urgentes para pessoas que trabalham como docents em
servico público. O estudo em questão enquadra-se nesta última possibilidade, já
que o pesquisador tem por meta aumentar seus conhecimentos sobre os problemas que
envolvem a questão da qualidade de vida dos professores, visando que tal estudo
tenha uma continuação. O presente artigo deixa uma grande abertura para se
realizar uma pesquisa quantitativa junto aos docentes de escolas da rede
pública do Distrito Federal.
Será uma pesquisa descrita com a obtenção de
dados ou informações sobre características, ações ou opiniões de determinado
grupo de pessoas, indicado como representante de uma população-alvo, por meio
de um instrumento de pesquisa, um questionário. O futuro estudo se
caracterizará como descritivo, por buscar identificar as variáveis que
determinam os critérios de qualidade de vida no trabalho. Aborda desde o
aspecto da descrição, passando pelo registro, análise e interpretação de
fenômenos atuais. Assim, será possível identificar quais os fatores importantes
para os professores da rede de ensino pública do Distrito Federal, sem que
estes tenham que ser os mesmos de outra classe de trabalhadores ou de
professores de outra região.
Desenvolvimento da Qualidade de
Vida
A dificuldade encontrada por alguns autores para definir
"qualidade de vida" está no fato de envolver muitos fatores e, ainda,
porque qualidade de vida muda de pessoa para pessoa, depende do tipo de vida e
de expectativa de cada um. Múltiplos fatores determinam a qualidade de vida de
uma pessoa. Para Nahas (2001), a combinação desses fatores, que moldam e
diferenciam o cotidiano do ser humano, resulta em fenômenos e situações que,
abstratamente, pode ser chamada de qualidade de vida. Em geral associa-se a essa
expressão fatores como: estado de saúde, longevidade, satisfação no trabalho,
salário, lazer, relações familiares, disposição, prazer e até espiritualidade.
Em sentido amplo, a
qualidade de vida é uma medida da própria dignidade humana, pois pressupõe o
atendimento das necessidades humanas fundamentais. Os parâmetros individuais
que afetam diretamente na qualidade de vida, principalmente os componentes do
estilo de vida, influenciam na saúde e bem-estar. Nahas destaca (2001), que
estudos recentes evoluem para uma valorização de fatores como satisfação,
realização pessoal, qualidade dos relacionamentos, opções de lazer, acesso a
eventos culturais, percepção de bem-estar geral, entre outros. Em qualquer
caso, considera-se como pré-requisito, ou componente fundamental sobre o qual
se pode edificar uma vida com qualidade, o atendimento das necessidades humanas
básicas: o alimento, a moradia, a educação e o trabalho.
Qualidade de Vida no Trabalho
(QVT)
O termo qualidade de vida no trabalho, surgiu na década de 50
com Erich Trist estudando os sistemas sócio-técnicos. Com a evolução dos
estudos na área social, as exigências das pessoas e o conhecimento das
necessidades delas em relação ao trabalho, as organizações passam a investir na
melhoria da Qualidade de Vida das pessoas no trabalho, cujo resultado deste
investimento é um ambiente mais humanizado, e tem por objetivo, atender tanto
às aspirações mais altas quanto as mais básicas, procurando encorajar o
desenvolvimento das habilidades e capacidades dos trabalhadores, considerando o
espaço que o trabalho ocupa na vida das pessoas e, que por sua vez, não deve
prejudicar a capacidade delas desempenharem outros papéis na sociedade.
A fundamentação
teórica que envolve a qualidade de vida no trabalho é vasta, vários autores
definem modelos conceituais que englobam questões gerais na área de QVT, dentre
eles podemos citar vários, tais como, o modelo conceitual de competências
definido por Limongi-França (2003).
1) Walton (1973) - prioriza a humanização
e a responsabilidade social utilizando oito critérios básicos, são eles: compensação
justa e adequada, condições de trabalho seguras e saudáveis, oportunidades para
desenvolver e usar capacidades humanas, oportunidades futuras para o
crescimento continuo e garantia de emprego, integração social na organização,
constitucionalismo na organização, o trabalho e o espaço total na vida do
indivíduo e, por fim, relevância social no trabalho.
2) Hackmam &
Oldham (1975) - sustentam a positividade pessoal e o resultado do trabalho
(motivação, satisfação, qualidade). Utilizam três estados psicológicos
(significação percebida, responsabilidade percebida, conhecimento dos
resultados do trabalho). Na área do trabalho obtém-se cinco dimensões básicas:
variedade de habilidade, identidade da tarefa, significado da tarefa, autonomia
e feedback.
3) Werther &
Davis (1983) - voltado para a valorização dos cargos, tem como base a análise
de elementos organizacionais, ambientais e comportamentais. É referencial para
construção de carreira individual, já que sustenta a tese de que o cargo deve
incluir as competências de cada trabalhador, com o aumento das competências,
ocorre a mudança de cargo.
4) Belanger (1983)
- considera algumas variáveis, como: trabalho em si, crescimento pessoal e
profissional, tarefas com significado, funções e estruturas organizacionais
abertas.
5) Huse &
Cummings (1985) - relaciona a QVT com a produtividade, envolvendo-se em quatro
programas: participação do trabalhador, projeto de cargos, inovação no sistema
de recompensas e melhoria no ambiente de trabalho. Estes modelos são adaptáveis
às realidades e as situações escolares, pois os professores de escolas
públicas, são profissionais como outro qualquer, necessitando acabar a crença
de que professor escolar pública trabalha por amor à profissão, como se ele não
fosse um ser humano como outro qualquer, com desejos e necessidades.
Relatos Sobre a
Profissão de Docente Rede Pública de Ensino e Atuais Condições de Trabalho
Estudos realizados
pela Organização Internacional do Trabalho, assinalam que, desde 1957, tem sido
abordada a situação de comprometimento do trabalho dos professores relacionada
com situações particulares do exercício profissional, no quadro de mudanças
sociais mais gerais e abrangentes. A referencia a estes estudos, registrada
numa publicação posterior da OIT revela que é longa a suposição de existência
de situações de desgaste do professor que poderiam estar associadas não só ao
excesso de alunos em sala de aula, mas a outras influências da jornada e das
condições gerais de trabalho, acrescidas da condição de enfrentamento do
professor de questões de ordem social e econômica, tais como desprestígio da
profissão e a exposição a situações da vida social moderna, consideradas
estressantes (OIT, 1991, p.123).
A dimensão presente
nos estudos, que foi enquadrada nesta perspectiva, está na tentativa de tentar
desvendar e compreender como os processos de trabalho dos professores,
contribuem para favorecer o desgaste e o adoecimento dos trabalhadores desta
categoria, revelados por situações particulares de doença que impedem o
exercício da profissão. Os motivos ou situações que mobilizaram os
pesquisadores nessa área foram às ocorrências sistemáticas e em elevação de
licenças médicas, em diferentes sistemas educacionais. São investigações
amparadas pela perspectiva da Medicina do Trabalho, mas que se contrapõem a uma
visão tradicional da área médica, de cunho individual e biológico, onde as
causas das doenças são procuradas nas condições do próprio sujeito.
Em 2008, o Sindicato dos Professores (SINPRO/DF)
encomendou um apesquisa ao laboratório de Psicodinâmica e Clinica do Trabalho
da Universidade de Brasília (UNB) sobre trabalho e saúde dos Professores da
Rede Pública do Distrito Federal. A pesquisa apontou que um em cada três
docentes afirmam ter alguma doença ocupacional. Na analise dos 1.456
Professores, os danos físicos - dores no corpo e disturbios biológicos - foram
apontados por 33% destes profissionais. Neste sentido, os docentes são
analisados em função de situações adversas a que são expostos no próprio
trabalho e tomam, como ponto de partida, a existência, cada vez mais crescente,
de um contingente de professores que se encontram sob tratamento médico e são
portadores de laudo médico para justificar afastamento de sala de aula,
situação que é registrada nas secretarias e delegacias de ensino que gerenciam
os contratos de trabalho dos professores de escolas públicas.
Essa perspectiva
também se ampara nas dimensões das análises de perfis profissionais e condições
de trabalho desenvolvidas pela OIT (DOMINGUES, 1997; LIPP, 1996). Considera-se
esses estudos como precursores da abordagem de pesquisa sobre a síndrome de
"burnout". Apesar de revelarem dimensões da profissão docente a
partir de um olhar externo ao próprio corpo profissional, as pesquisas
conduzidas segundo a abordagem da Sociologia do Trabalho (Relatórios da OIT) e
da Medicina do Trabalho (adoecimento dos professores), revelaram uma realidade
que penetrou facilmente no campo educacional, como também foi apropriada por
sindicatos profissionais, que assumiram a crítica das condições de trabalho dos
professores e a defesa do resgate da qualidade de vida e de trabalho dos
profissionais desta categoria.
Sua grande
positividade foi a repercussão que tiveram nos setores envolvidos com a
pesquisa e a formação de professores, decorrendo daí uma abordagem particular
da crise da profissão docente que tem sido abordada como o "o mal estar
docente". Essa nova vertente procura não isolar as situações vividas pelos
professores em um quadro de doenças ou de crise profissional, mas enfatiza os
aspectos relacionais e produzidos na instituição escolar devido ao
enfrentamento real dos docentes das questões sociais e pedagógicas, do seu
tempo, que fazem novas exigências à educação a aos professores e agravam as
suas condições de trabalho (ESTEVE, 1999).
Síndrome de "Burnout"
Os estudos que analisam a "síndrome de burnout" em
professores discutem as situações da profissão docente que estão relacionadas
com uma possível síndrome de desistência frente ao magistério, que se configura
como uma desistência psicológica para o desempenho da profissão e que afeta
diferentes grupos profissionais, como "uma síndrome da desistência de quem
ainda está lá, já desistiu mais permanece no trabalho" (CODO, 1999, p.34).
Os professores, acometidos por esta síndrome, vivem sob uma situação crônica de
tensão emocional, de insatisfação com o que fazem, mas persistem nesta situação
de desconforto. Aqui, enquadram-se as pesquisas desenvolvidas na perspectiva da
Psicologia do Trabalho, de forma particular sobre a saúde e qualidade de vida
de trabalhadores na contemporaneidade e as suas repercussões no próprio
ambiente de trabalho.
Trata-se de uma dimensão de análise mais recente e que, no Brasil, tem
sido assumida de forma pioneira pelo Laboratório de Psicologia do Trabalho da
Universidade de Brasília (UNB).
Condições Motivacionais que
Atuam Diretamente no Desempenho Profissional
Entende-se que a discussão sobre motivação nesse estudo é
pertinente, na medida em que se propõe a investigar a percepção dos professores
do ensino regular quanto à qualidade de vida, assim a motivação faz parte do
conjunto de fatores que levam à melhoria da qualidade de vida de um indivíduo,
tanto na condição de sua vida pessoal, quanto no desempenho de suas atividades
profissionais.
A hierarquia das
necessidades de Maslow provavelmente é a mais conhecida dentre os cinco
conceitos clássicos da motivação. A teoria dos cinco níveis, inicialmente
apresentada em 1942 a uma sociedade de psicanalistas, foi publicada em 1954
como Motivation and Personality (New York: Harper & Row). O modelo atraiu
bastante interesse devido a sua simplicidade e a sua visão positiva da natureza
humana. Para desenvolver esta psicologia humanística, Maslow generalizou a
partir de suas observações de gente psicologicamente sadia, em lugar de estudar
indivíduos emocionalmente perturbados, dados estatísticos ou animais de
laboratório, como os outros psicólogos da época costumavam fazer.
Maslow fez uma
estimativa da porcentagem de satisfação de cada uma das necessidades:
fisiológicas 85%; segurança 70%; sociais 50%; amor-próprio 40%; e realização
pessoal 10%. Portanto, é a busca da satisfação de uma necessidade que desperta
o interesse das pessoas. O acúmulo de situações desconfortáveis faz com que
haja o desgaste físico e psicológico. Algumas dessas situações são geradas por
estímulos que são claramente perceptíveis como um conflito expresso
abertamente, porém muitas situações provêm de estímulos sutis que passam
desapercebidos, e esses são, em geral, os que geram maiores riscos, pois o
indivíduo sente apenas as consequências que decorrem da exposição a eles.
A busca pela qualidade de vida no trabalho, isto
é, por melhores condições de trabalho nada mais é que uma tentativa de tornar o
ambiente mais saudável e menos propício ao adoecimento físico e mental. Para
Esteve (1999), o mal-estar docente é um dos fenômenos internacionais, cujos sintomas
começaram a ficar evidentes no início da década de 1980, nos países mais
desenvolvidos. Segundo ele, as causas mais importantes de licença em ordem de
classificação foram: os diagnósticos de traumatologia, os obstétricos e os
neuropsiquiátricos. As variáveis citadas acima dizem respeito ao contexto
social, econômico em que se exerce a docência, chamadas de fatores secundários.
Os fatores
primários, por outro lado, são aqueles que estão diretamente relacionados ao
contexto de sala de aula e infraestrutura, aos recursos materiais e as
condições de trabalho. Os professores necessitam desenvolver capacidades para
lidar não apenas com conhecimentos, mas também para lidar com os fatores que
encontram nas suas salas de aula, na organização em que atuam, e no contexto
social em que se inserem. Uma última e igualmente importante abordagem à
motivação dos Professores na Rede Pública de Ensino é a de Skinner e os
Comportamentalistas. Em lugar de examinar a psique humana em busca das causas
do comportamento, os comportamentalistas enfatizam a importância de se
descobrir a relação de causa e efeito entre as condições ambientais e o
comportamento.
O comportamento do docente que parece levar a uma
consequência positiva tende a se repetir, ao passo que o comportamento que leva
a uma consequência negativa tende a não ser mais repetido. As idéias de Skinner
foram desenvolvidas num laboratório experimental em que, usando controles
meticulosos, ele e seus colegas estudaram ratos e pombos para obter dados sobre
o processo de condicionamento. Os animais foram colocados num pequeno
compartimento (conhecido como Caixa de Skinner) e os laboratoristas observaram
e registraram as mudanças na taxa de reação do animal quando reforços como
alimentos ou estímulos desagradáveis como choques elétricos eram aplicados ou
removidos como consequência da reação do animal.
Os
comportamentalistas advogam que o estudo das reações de animais sob condições
controladas lhes permite formular conceitos comportamentais básicos, que podem
ser aplicados e testados a nível humano. Quando os professores combinarem a
compreensão das teorias de satisfação de necessidades da motivação humana com
os métodos comportamentalistas de relacionar as recompensas e os castigos ao
comportamento desejado, eles terão um conjunto poderoso de ferramentas
motivadoras para ajuda-los a atingirem suas metas pessoais dentro do contexto
organizacional. Isso aumenta o compromisso de toda a escola e a produtividade
da organização... uma situação ganha-ganha.
Considerando as
respostas realizadas com docentes do Serviço Público do Distrito Federal, e
conforme lido nas bibliografias de LIMONGI, fica claro que QVT é algo que vai
muito além de um modismo ou de algumas práticas superficiais adotadas por
algumas empresas e que a devida atenção e importância dada ao tema é com
certeza um diferencial competitivo para a organização; daí a importância de
construir uma nova competência na gestão das empresas: a GQVT (gestão da
qualidade de vida no trabalho). Impressionantemente a pesquisa nos mostra, que
o docente do Serviço Público reconhece a importância do seu trabalho, mas como
em quase todas as profissões, sofrem de males específicos e, o que mais nos
chama a atenção; poucos conhecem ou participaram de Programas de Qualidade de
Vida ofertados pela empresa em que trabalham.
Em um mundo em
constante mudança, a busca pelo capital humano se torna cada vez mais intensa e
necessária para a sobrevivência do homem; onde esse mundo mutante sem educação
não existiria. Preocuparmo-nos com a qualidade de vida do docente, ou melhor,
nos dedicarmos ao estudo da qualidade de vida dos Educadores, torna-se eu
diria, mais do que necessário, pois uma sociedade sem educação é uma sociedade
doente, ou seja, sem limites, sem orientação, sem parâmetros para evoluir em
prol da coletividade. Em prol da Evolução Do Ser Humano E Do Mundo Que Habita.
Profª Carla Vitali
Referências
Bibliográficas
HERZBERG-FREDERICK.
A Teoria da Higiene - Motivação LIMONGI-FRANÇA, A.C. Qualidade de Vida no
Trabalho - QVT: Conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial.
LIMONGI-FRANÇA, A.C. Indicadores empresariais de qualidade de vida no trabalho.
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1978). CODO, W. Indivíduo, trabalho e sofrimento: uma abordagem
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1999. FERNANDES, Eda Conte. Qualidade de vida no trabalho; como medir para
melhorar. Bahia: Casa da Qualidade, 1996. GIACON, Beatriz. O mal estar Docente
a Síndrome de burnout. São Paulo. Dissertação (Mestrado). São Paulo. PUC/SP.
2001. LIPP, M. e ROCHA, J.C. Stress, hipertensão e qualidade de vida. Campinas:
Papirus, 1996. MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Fundamentos de metodologia
cientifica. São Paulo:Atlas, 2003. NAHAS, M.V. Atividade física, saúde e
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Londrina: Midiograf, 2001. NASSAR, S.M. e GONÇALVES, L.H.T. A confiabilidade da
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PR. 12 a 15 de maio de 1999. ROBBINS, P.S. Comportamento Organizacional. 9.ed.
São Paulo: Prentice Hall, 2002. ROUQUAYROL, M. Z. Epidemiologia e Saúde. 5.ed.
Rio de Janeiro: MEDSI., 1999.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO
A qualidade de vida na carreira de Docentes no Serviço Público, na
maioria das vezes ocorre em função de um conjunto de fatores que independem do
profissional. O que se observa é que a atribulação da vida diária, inclusive,
precisando dar aulas em diversos lugares para garantir uma vida financeira mais
estável, acabam por levar o profissional docente a não perceber o nível de
qualidade de trabalho oferecido.
Muitas vezes estão envolvidos em escolas que não oferecem as condições mínimas de exercer suas atividades com dignidade, com respeito e ética, além de receberem um salário muito aquém de sua capacidade, de seu esforço e, especialmente, de sua responsabilidade quanto à educação dos jovens e adolescentes sob sua responsabilidade. O presente artigo tem como objetivo fazer um alerta sobre a qualidade de vida no trabalho dos docentes para toda a sociedade em geral, bem como servir de levantamento bibliográfico sobre a qualidade de vida dos funcionários públicos em geral, preparando dados para uma futura pesquisa quantitativa.
Introdução
Dentre os vários conceitos atribuídos a Qualidade de Vida, esta apresenta uma acepção mais ampla, segundo Moreira (2007), quando influenciada por estudos sociológicos, sem fazer referência a disfunções ou agravos à saúde. A Qualidade de Vida poder ser definida como a percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais ele vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. A Carta de Ottawa é um documento apresentado na Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizado em Ottawa, Canadá, em novembro de 1986.
Trata-se de uma Carta de Intenções que busca contribuir com as políticas de saúde em todos os países, de forma equânime e universal. A Qualidade de Vida dos professores não foge completamente ao que se disse até o momento, entretanto, existem outros comentários a serem realizados quando o interesse é a Qualidade de Vida no trabalho, ou seja, no exercício da profissão docente.
Existem fatores que ocasionam a degradação da qualidade de vida do indivíduo, os quais quando não sanados no próprio ambiente de trabalho, como o desrespeito profissional, a falta de condições ambientais, a falta de recursos didáticos, ou a nível individual, como a desmotivação financeira, a impossibilidade de capacitação, acarretam sintomas psicológicos e até doenças psicossomáticas ou cardiovasculares, como por exemplo, a depressão ou o estresse, os quais levam à diminuição da produtividade do profissional e consequentemente a qualidade do ensino ministrado por ele. Assim como há fatores motivacionais, baseados em vários estudos, mas principalmente baseados no dia a dia desses profissionais da Educação.
Segundo, Frederick Herzberg, em seus estudos iniciais, pediu aos participantes para que descrevessem coisas em seus trabalhos que eles achassem extremamente boas ou ruins. Entre as coisas extremamente boas estavam os fatores intrínsecos ao trabalho em si, com realização, reconhecimento, a natureza do trabalho em si e a responsabilidade. Herzberg chamou estes fatores de satisfação de "motivadores", visto que eles pareciam necessários para melhorias substanciais no desempenho no trabalho.
Muitas vezes estão envolvidos em escolas que não oferecem as condições mínimas de exercer suas atividades com dignidade, com respeito e ética, além de receberem um salário muito aquém de sua capacidade, de seu esforço e, especialmente, de sua responsabilidade quanto à educação dos jovens e adolescentes sob sua responsabilidade. O presente artigo tem como objetivo fazer um alerta sobre a qualidade de vida no trabalho dos docentes para toda a sociedade em geral, bem como servir de levantamento bibliográfico sobre a qualidade de vida dos funcionários públicos em geral, preparando dados para uma futura pesquisa quantitativa.
Introdução
Dentre os vários conceitos atribuídos a Qualidade de Vida, esta apresenta uma acepção mais ampla, segundo Moreira (2007), quando influenciada por estudos sociológicos, sem fazer referência a disfunções ou agravos à saúde. A Qualidade de Vida poder ser definida como a percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais ele vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. A Carta de Ottawa é um documento apresentado na Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizado em Ottawa, Canadá, em novembro de 1986.
Trata-se de uma Carta de Intenções que busca contribuir com as políticas de saúde em todos os países, de forma equânime e universal. A Qualidade de Vida dos professores não foge completamente ao que se disse até o momento, entretanto, existem outros comentários a serem realizados quando o interesse é a Qualidade de Vida no trabalho, ou seja, no exercício da profissão docente.
Existem fatores que ocasionam a degradação da qualidade de vida do indivíduo, os quais quando não sanados no próprio ambiente de trabalho, como o desrespeito profissional, a falta de condições ambientais, a falta de recursos didáticos, ou a nível individual, como a desmotivação financeira, a impossibilidade de capacitação, acarretam sintomas psicológicos e até doenças psicossomáticas ou cardiovasculares, como por exemplo, a depressão ou o estresse, os quais levam à diminuição da produtividade do profissional e consequentemente a qualidade do ensino ministrado por ele. Assim como há fatores motivacionais, baseados em vários estudos, mas principalmente baseados no dia a dia desses profissionais da Educação.
Segundo, Frederick Herzberg, em seus estudos iniciais, pediu aos participantes para que descrevessem coisas em seus trabalhos que eles achassem extremamente boas ou ruins. Entre as coisas extremamente boas estavam os fatores intrínsecos ao trabalho em si, com realização, reconhecimento, a natureza do trabalho em si e a responsabilidade. Herzberg chamou estes fatores de satisfação de "motivadores", visto que eles pareciam necessários para melhorias substanciais no desempenho no trabalho.
Eles correspondem aos níveis superiores da
hierarquia das necessidades de Maslow: estima e realização pessoal. Entre as
coisas excepcionalmente ruins, os pesquisados por Herzberg mencionaram na
administração da empresa, má supervisão, condições de trabalho ruins, salários
baixos e mau relacionamento com os colegas. Herzberg escolheu o nome de
"higiene" para estes fatores, porque eles são preventivos por
natureza... eles não são capazes de motivar, mas podem impedir a motivação.
Os "fatores de higiene" são extrínsecos ao trabalho. Eles correspondem aos níveis das necessidades fisiológicas, de segurança e sociais da hierarquia de Maslow. Para que haja motivação, é necessária a presença de ambos os fatores de motivação, tanto os de higiene como os de motivação. O trabalho de Herzberg destaca que as necessidades de nível inferior são facilmente atendidas. Ele defende o enriquecimento de cargos para atender às necessidades de nível superior, porque oferece uma oportunidade para o crescimento psicológico do subordinado. Para enriquecer um cargo, um supervisor pode acrescentar tarefas novas ou mais difíceis, designar trabalhos especializados que permitam um aprimoramento técnico dos subordinados, ou conceder autoridade adicional a um subordinado. Os motivadores têm um efeito a prazo muito mais longo nas atitudes dos subordinados do que os fatores de higiene. Mas isso não significa que o enriquecimento de cargos seja uma solução oportuna; segundo Herzberg, é uma função gerencial contínua.
Quando se vai produzir uma pesquisa, é preciso definir com clareza algumas questões referentes ao caminho metodológico que se vai seguir, sempre se preocupando em utilizer métodos que possibilitem a exploração do tema de forma que a realidade seja descrita com o máximo de fidelidade possível. Pois, os resultados finais irão caracterizar, especialmente nesse tipo de estudo, a opinião de uma classe de profissionais sobre um determinado assunto, em um determinado lugar. Tendo como objetivo fazer um levantamento bibliográfico sobre a qualidade de vida de professores, preparando dados para uma futura pesquisa quantitativa, este estudo caracteriza-se por ser descritivo e exploratório. Assim, uma pesquisa exploratória, segundo Marconi & Lakatos (2003), é essencialmente descobrir idéias e intuições, utilizando métodos de pesquisa flexíveis, que permita a consideração de muitos aspectos de um mesmo fenômeno. Já a pesquisa descritiva, tem por objetivo apresentar as características de uma situação e verificar uma hipótese de relação causal entre variáveis (KERLINGER, 1980). Essa pesquisa é exploratória, utiliza-se esse tipo de estudo quando se quer apresentar características específicas de uma dada situação, um grupo ou um indivíduo específico. O estudo exploratório pode ainda, ter outras funções.
O pesquisador pode querer aumentar o conhecimento sobre o fenômeno que deseja investigar de uma forma mais estruturada, futuramente, ou esclarecer conceitos, estabelecer prioridades, obter informações sobre possibilidades na vida real, apresentar problemas considerados urgentes para pessoas que trabalham como docents em servico público. O estudo em questão enquadra-se nesta última possibilidade, já que o pesquisador tem por meta aumentar seus conhecimentos sobre os problemas que envolvem a questão da qualidade de vida dos professores, visando que tal estudo tenha uma continuação. O presente artigo deixa uma grande abertura para se realizar uma pesquisa quantitativa junto aos docentes de escolas da rede pública do Distrito Federal.
Os "fatores de higiene" são extrínsecos ao trabalho. Eles correspondem aos níveis das necessidades fisiológicas, de segurança e sociais da hierarquia de Maslow. Para que haja motivação, é necessária a presença de ambos os fatores de motivação, tanto os de higiene como os de motivação. O trabalho de Herzberg destaca que as necessidades de nível inferior são facilmente atendidas. Ele defende o enriquecimento de cargos para atender às necessidades de nível superior, porque oferece uma oportunidade para o crescimento psicológico do subordinado. Para enriquecer um cargo, um supervisor pode acrescentar tarefas novas ou mais difíceis, designar trabalhos especializados que permitam um aprimoramento técnico dos subordinados, ou conceder autoridade adicional a um subordinado. Os motivadores têm um efeito a prazo muito mais longo nas atitudes dos subordinados do que os fatores de higiene. Mas isso não significa que o enriquecimento de cargos seja uma solução oportuna; segundo Herzberg, é uma função gerencial contínua.
Quando se vai produzir uma pesquisa, é preciso definir com clareza algumas questões referentes ao caminho metodológico que se vai seguir, sempre se preocupando em utilizer métodos que possibilitem a exploração do tema de forma que a realidade seja descrita com o máximo de fidelidade possível. Pois, os resultados finais irão caracterizar, especialmente nesse tipo de estudo, a opinião de uma classe de profissionais sobre um determinado assunto, em um determinado lugar. Tendo como objetivo fazer um levantamento bibliográfico sobre a qualidade de vida de professores, preparando dados para uma futura pesquisa quantitativa, este estudo caracteriza-se por ser descritivo e exploratório. Assim, uma pesquisa exploratória, segundo Marconi & Lakatos (2003), é essencialmente descobrir idéias e intuições, utilizando métodos de pesquisa flexíveis, que permita a consideração de muitos aspectos de um mesmo fenômeno. Já a pesquisa descritiva, tem por objetivo apresentar as características de uma situação e verificar uma hipótese de relação causal entre variáveis (KERLINGER, 1980). Essa pesquisa é exploratória, utiliza-se esse tipo de estudo quando se quer apresentar características específicas de uma dada situação, um grupo ou um indivíduo específico. O estudo exploratório pode ainda, ter outras funções.
O pesquisador pode querer aumentar o conhecimento sobre o fenômeno que deseja investigar de uma forma mais estruturada, futuramente, ou esclarecer conceitos, estabelecer prioridades, obter informações sobre possibilidades na vida real, apresentar problemas considerados urgentes para pessoas que trabalham como docents em servico público. O estudo em questão enquadra-se nesta última possibilidade, já que o pesquisador tem por meta aumentar seus conhecimentos sobre os problemas que envolvem a questão da qualidade de vida dos professores, visando que tal estudo tenha uma continuação. O presente artigo deixa uma grande abertura para se realizar uma pesquisa quantitativa junto aos docentes de escolas da rede pública do Distrito Federal.
Será uma pesquisa descrita com a obtenção de
dados ou informações sobre características, ações ou opiniões de determinado
grupo de pessoas, indicado como representante de uma população-alvo, por meio
de um instrumento de pesquisa, um questionário. O futuro estudo se
caracterizará como descritivo, por buscar identificar as variáveis que
determinam os critérios de qualidade de vida no trabalho. Aborda desde o
aspecto da descrição, passando pelo registro, análise e interpretação de
fenômenos atuais. Assim, será possível identificar quais os fatores importantes
para os professores da rede de ensino pública do Distrito Federal, sem que
estes tenham que ser os mesmos de outra classe de trabalhadores ou de
professores de outra região.
Desenvolvimento da Qualidade de Vida
A dificuldade encontrada por alguns autores para definir "qualidade de vida" está no fato de envolver muitos fatores e, ainda, porque qualidade de vida muda de pessoa para pessoa, depende do tipo de vida e de expectativa de cada um. Múltiplos fatores determinam a qualidade de vida de uma pessoa. Para Nahas (2001), a combinação desses fatores, que moldam e diferenciam o cotidiano do ser humano, resulta em fenômenos e situações que, abstratamente, pode ser chamada de qualidade de vida. Em geral associa-se a essa expressão fatores como: estado de saúde, longevidade, satisfação no trabalho, salário, lazer, relações familiares, disposição, prazer e até espiritualidade.
Em sentido amplo, a qualidade de vida é uma medida da própria dignidade humana, pois pressupõe o atendimento das necessidades humanas fundamentais. Os parâmetros individuais que afetam diretamente na qualidade de vida, principalmente os componentes do estilo de vida, influenciam na saúde e bem-estar. Nahas destaca (2001), que estudos recentes evoluem para uma valorização de fatores como satisfação, realização pessoal, qualidade dos relacionamentos, opções de lazer, acesso a eventos culturais, percepção de bem-estar geral, entre outros. Em qualquer caso, considera-se como pré-requisito, ou componente fundamental sobre o qual se pode edificar uma vida com qualidade, o atendimento das necessidades humanas básicas: o alimento, a moradia, a educação e o trabalho.
Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)
O termo qualidade de vida no trabalho, surgiu na década de 50 com Erich Trist estudando os sistemas sócio-técnicos. Com a evolução dos estudos na área social, as exigências das pessoas e o conhecimento das necessidades delas em relação ao trabalho, as organizações passam a investir na melhoria da Qualidade de Vida das pessoas no trabalho, cujo resultado deste investimento é um ambiente mais humanizado, e tem por objetivo, atender tanto às aspirações mais altas quanto as mais básicas, procurando encorajar o desenvolvimento das habilidades e capacidades dos trabalhadores, considerando o espaço que o trabalho ocupa na vida das pessoas e, que por sua vez, não deve prejudicar a capacidade delas desempenharem outros papéis na sociedade.
A fundamentação teórica que envolve a qualidade de vida no trabalho é vasta, vários autores definem modelos conceituais que englobam questões gerais na área de QVT, dentre eles podemos citar vários, tais como, o modelo conceitual de competências definido por Limongi-França (2003).
1) Walton (1973) - prioriza a humanização e a responsabilidade social utilizando oito critérios básicos, são eles: compensação justa e adequada, condições de trabalho seguras e saudáveis, oportunidades para desenvolver e usar capacidades humanas, oportunidades futuras para o crescimento continuo e garantia de emprego, integração social na organização, constitucionalismo na organização, o trabalho e o espaço total na vida do indivíduo e, por fim, relevância social no trabalho.
2) Hackmam & Oldham (1975) - sustentam a positividade pessoal e o resultado do trabalho (motivação, satisfação, qualidade). Utilizam três estados psicológicos (significação percebida, responsabilidade percebida, conhecimento dos resultados do trabalho). Na área do trabalho obtém-se cinco dimensões básicas: variedade de habilidade, identidade da tarefa, significado da tarefa, autonomia e feedback.
3) Werther & Davis (1983) - voltado para a valorização dos cargos, tem como base a análise de elementos organizacionais, ambientais e comportamentais. É referencial para construção de carreira individual, já que sustenta a tese de que o cargo deve incluir as competências de cada trabalhador, com o aumento das competências, ocorre a mudança de cargo.
4) Belanger (1983) - considera algumas variáveis, como: trabalho em si, crescimento pessoal e profissional, tarefas com significado, funções e estruturas organizacionais abertas.
5) Huse & Cummings (1985) - relaciona a QVT com a produtividade, envolvendo-se em quatro programas: participação do trabalhador, projeto de cargos, inovação no sistema de recompensas e melhoria no ambiente de trabalho. Estes modelos são adaptáveis às realidades e as situações escolares, pois os professores de escolas públicas, são profissionais como outro qualquer, necessitando acabar a crença de que professor escolar pública trabalha por amor à profissão, como se ele não fosse um ser humano como outro qualquer, com desejos e necessidades.
Relatos Sobre a Profissão de Docente Rede Pública de Ensino e Atuais Condições de Trabalho
Estudos realizados pela Organização Internacional do Trabalho, assinalam que, desde 1957, tem sido abordada a situação de comprometimento do trabalho dos professores relacionada com situações particulares do exercício profissional, no quadro de mudanças sociais mais gerais e abrangentes. A referencia a estes estudos, registrada numa publicação posterior da OIT revela que é longa a suposição de existência de situações de desgaste do professor que poderiam estar associadas não só ao excesso de alunos em sala de aula, mas a outras influências da jornada e das condições gerais de trabalho, acrescidas da condição de enfrentamento do professor de questões de ordem social e econômica, tais como desprestígio da profissão e a exposição a situações da vida social moderna, consideradas estressantes (OIT, 1991, p.123).
A dimensão presente nos estudos, que foi enquadrada nesta perspectiva, está na tentativa de tentar desvendar e compreender como os processos de trabalho dos professores, contribuem para favorecer o desgaste e o adoecimento dos trabalhadores desta categoria, revelados por situações particulares de doença que impedem o exercício da profissão. Os motivos ou situações que mobilizaram os pesquisadores nessa área foram às ocorrências sistemáticas e em elevação de licenças médicas, em diferentes sistemas educacionais. São investigações amparadas pela perspectiva da Medicina do Trabalho, mas que se contrapõem a uma visão tradicional da área médica, de cunho individual e biológico, onde as causas das doenças são procuradas nas condições do próprio sujeito.
Desenvolvimento da Qualidade de Vida
A dificuldade encontrada por alguns autores para definir "qualidade de vida" está no fato de envolver muitos fatores e, ainda, porque qualidade de vida muda de pessoa para pessoa, depende do tipo de vida e de expectativa de cada um. Múltiplos fatores determinam a qualidade de vida de uma pessoa. Para Nahas (2001), a combinação desses fatores, que moldam e diferenciam o cotidiano do ser humano, resulta em fenômenos e situações que, abstratamente, pode ser chamada de qualidade de vida. Em geral associa-se a essa expressão fatores como: estado de saúde, longevidade, satisfação no trabalho, salário, lazer, relações familiares, disposição, prazer e até espiritualidade.
Em sentido amplo, a qualidade de vida é uma medida da própria dignidade humana, pois pressupõe o atendimento das necessidades humanas fundamentais. Os parâmetros individuais que afetam diretamente na qualidade de vida, principalmente os componentes do estilo de vida, influenciam na saúde e bem-estar. Nahas destaca (2001), que estudos recentes evoluem para uma valorização de fatores como satisfação, realização pessoal, qualidade dos relacionamentos, opções de lazer, acesso a eventos culturais, percepção de bem-estar geral, entre outros. Em qualquer caso, considera-se como pré-requisito, ou componente fundamental sobre o qual se pode edificar uma vida com qualidade, o atendimento das necessidades humanas básicas: o alimento, a moradia, a educação e o trabalho.
Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)
O termo qualidade de vida no trabalho, surgiu na década de 50 com Erich Trist estudando os sistemas sócio-técnicos. Com a evolução dos estudos na área social, as exigências das pessoas e o conhecimento das necessidades delas em relação ao trabalho, as organizações passam a investir na melhoria da Qualidade de Vida das pessoas no trabalho, cujo resultado deste investimento é um ambiente mais humanizado, e tem por objetivo, atender tanto às aspirações mais altas quanto as mais básicas, procurando encorajar o desenvolvimento das habilidades e capacidades dos trabalhadores, considerando o espaço que o trabalho ocupa na vida das pessoas e, que por sua vez, não deve prejudicar a capacidade delas desempenharem outros papéis na sociedade.
A fundamentação teórica que envolve a qualidade de vida no trabalho é vasta, vários autores definem modelos conceituais que englobam questões gerais na área de QVT, dentre eles podemos citar vários, tais como, o modelo conceitual de competências definido por Limongi-França (2003).
1) Walton (1973) - prioriza a humanização e a responsabilidade social utilizando oito critérios básicos, são eles: compensação justa e adequada, condições de trabalho seguras e saudáveis, oportunidades para desenvolver e usar capacidades humanas, oportunidades futuras para o crescimento continuo e garantia de emprego, integração social na organização, constitucionalismo na organização, o trabalho e o espaço total na vida do indivíduo e, por fim, relevância social no trabalho.
2) Hackmam & Oldham (1975) - sustentam a positividade pessoal e o resultado do trabalho (motivação, satisfação, qualidade). Utilizam três estados psicológicos (significação percebida, responsabilidade percebida, conhecimento dos resultados do trabalho). Na área do trabalho obtém-se cinco dimensões básicas: variedade de habilidade, identidade da tarefa, significado da tarefa, autonomia e feedback.
3) Werther & Davis (1983) - voltado para a valorização dos cargos, tem como base a análise de elementos organizacionais, ambientais e comportamentais. É referencial para construção de carreira individual, já que sustenta a tese de que o cargo deve incluir as competências de cada trabalhador, com o aumento das competências, ocorre a mudança de cargo.
4) Belanger (1983) - considera algumas variáveis, como: trabalho em si, crescimento pessoal e profissional, tarefas com significado, funções e estruturas organizacionais abertas.
5) Huse & Cummings (1985) - relaciona a QVT com a produtividade, envolvendo-se em quatro programas: participação do trabalhador, projeto de cargos, inovação no sistema de recompensas e melhoria no ambiente de trabalho. Estes modelos são adaptáveis às realidades e as situações escolares, pois os professores de escolas públicas, são profissionais como outro qualquer, necessitando acabar a crença de que professor escolar pública trabalha por amor à profissão, como se ele não fosse um ser humano como outro qualquer, com desejos e necessidades.
Relatos Sobre a Profissão de Docente Rede Pública de Ensino e Atuais Condições de Trabalho
Estudos realizados pela Organização Internacional do Trabalho, assinalam que, desde 1957, tem sido abordada a situação de comprometimento do trabalho dos professores relacionada com situações particulares do exercício profissional, no quadro de mudanças sociais mais gerais e abrangentes. A referencia a estes estudos, registrada numa publicação posterior da OIT revela que é longa a suposição de existência de situações de desgaste do professor que poderiam estar associadas não só ao excesso de alunos em sala de aula, mas a outras influências da jornada e das condições gerais de trabalho, acrescidas da condição de enfrentamento do professor de questões de ordem social e econômica, tais como desprestígio da profissão e a exposição a situações da vida social moderna, consideradas estressantes (OIT, 1991, p.123).
A dimensão presente nos estudos, que foi enquadrada nesta perspectiva, está na tentativa de tentar desvendar e compreender como os processos de trabalho dos professores, contribuem para favorecer o desgaste e o adoecimento dos trabalhadores desta categoria, revelados por situações particulares de doença que impedem o exercício da profissão. Os motivos ou situações que mobilizaram os pesquisadores nessa área foram às ocorrências sistemáticas e em elevação de licenças médicas, em diferentes sistemas educacionais. São investigações amparadas pela perspectiva da Medicina do Trabalho, mas que se contrapõem a uma visão tradicional da área médica, de cunho individual e biológico, onde as causas das doenças são procuradas nas condições do próprio sujeito.
Em 2008, o Sindicato dos Professores (SINPRO/DF)
encomendou um apesquisa ao laboratório de Psicodinâmica e Clinica do Trabalho
da Universidade de Brasília (UNB) sobre trabalho e saúde dos Professores da
Rede Pública do Distrito Federal. A pesquisa apontou que um em cada três
docentes afirmam ter alguma doença ocupacional. Na analise dos 1.456
Professores, os danos físicos - dores no corpo e disturbios biológicos - foram
apontados por 33% destes profissionais. Neste sentido, os docentes são
analisados em função de situações adversas a que são expostos no próprio
trabalho e tomam, como ponto de partida, a existência, cada vez mais crescente,
de um contingente de professores que se encontram sob tratamento médico e são
portadores de laudo médico para justificar afastamento de sala de aula,
situação que é registrada nas secretarias e delegacias de ensino que gerenciam
os contratos de trabalho dos professores de escolas públicas.
Essa perspectiva também se ampara nas dimensões das análises de perfis profissionais e condições de trabalho desenvolvidas pela OIT (DOMINGUES, 1997; LIPP, 1996). Considera-se esses estudos como precursores da abordagem de pesquisa sobre a síndrome de "burnout". Apesar de revelarem dimensões da profissão docente a partir de um olhar externo ao próprio corpo profissional, as pesquisas conduzidas segundo a abordagem da Sociologia do Trabalho (Relatórios da OIT) e da Medicina do Trabalho (adoecimento dos professores), revelaram uma realidade que penetrou facilmente no campo educacional, como também foi apropriada por sindicatos profissionais, que assumiram a crítica das condições de trabalho dos professores e a defesa do resgate da qualidade de vida e de trabalho dos profissionais desta categoria.
Sua grande positividade foi a repercussão que tiveram nos setores envolvidos com a pesquisa e a formação de professores, decorrendo daí uma abordagem particular da crise da profissão docente que tem sido abordada como o "o mal estar docente". Essa nova vertente procura não isolar as situações vividas pelos professores em um quadro de doenças ou de crise profissional, mas enfatiza os aspectos relacionais e produzidos na instituição escolar devido ao enfrentamento real dos docentes das questões sociais e pedagógicas, do seu tempo, que fazem novas exigências à educação a aos professores e agravam as suas condições de trabalho (ESTEVE, 1999).
Síndrome de "Burnout"
Os estudos que analisam a "síndrome de burnout" em professores discutem as situações da profissão docente que estão relacionadas com uma possível síndrome de desistência frente ao magistério, que se configura como uma desistência psicológica para o desempenho da profissão e que afeta diferentes grupos profissionais, como "uma síndrome da desistência de quem ainda está lá, já desistiu mais permanece no trabalho" (CODO, 1999, p.34). Os professores, acometidos por esta síndrome, vivem sob uma situação crônica de tensão emocional, de insatisfação com o que fazem, mas persistem nesta situação de desconforto. Aqui, enquadram-se as pesquisas desenvolvidas na perspectiva da Psicologia do Trabalho, de forma particular sobre a saúde e qualidade de vida de trabalhadores na contemporaneidade e as suas repercussões no próprio ambiente de trabalho.
Essa perspectiva também se ampara nas dimensões das análises de perfis profissionais e condições de trabalho desenvolvidas pela OIT (DOMINGUES, 1997; LIPP, 1996). Considera-se esses estudos como precursores da abordagem de pesquisa sobre a síndrome de "burnout". Apesar de revelarem dimensões da profissão docente a partir de um olhar externo ao próprio corpo profissional, as pesquisas conduzidas segundo a abordagem da Sociologia do Trabalho (Relatórios da OIT) e da Medicina do Trabalho (adoecimento dos professores), revelaram uma realidade que penetrou facilmente no campo educacional, como também foi apropriada por sindicatos profissionais, que assumiram a crítica das condições de trabalho dos professores e a defesa do resgate da qualidade de vida e de trabalho dos profissionais desta categoria.
Sua grande positividade foi a repercussão que tiveram nos setores envolvidos com a pesquisa e a formação de professores, decorrendo daí uma abordagem particular da crise da profissão docente que tem sido abordada como o "o mal estar docente". Essa nova vertente procura não isolar as situações vividas pelos professores em um quadro de doenças ou de crise profissional, mas enfatiza os aspectos relacionais e produzidos na instituição escolar devido ao enfrentamento real dos docentes das questões sociais e pedagógicas, do seu tempo, que fazem novas exigências à educação a aos professores e agravam as suas condições de trabalho (ESTEVE, 1999).
Síndrome de "Burnout"
Os estudos que analisam a "síndrome de burnout" em professores discutem as situações da profissão docente que estão relacionadas com uma possível síndrome de desistência frente ao magistério, que se configura como uma desistência psicológica para o desempenho da profissão e que afeta diferentes grupos profissionais, como "uma síndrome da desistência de quem ainda está lá, já desistiu mais permanece no trabalho" (CODO, 1999, p.34). Os professores, acometidos por esta síndrome, vivem sob uma situação crônica de tensão emocional, de insatisfação com o que fazem, mas persistem nesta situação de desconforto. Aqui, enquadram-se as pesquisas desenvolvidas na perspectiva da Psicologia do Trabalho, de forma particular sobre a saúde e qualidade de vida de trabalhadores na contemporaneidade e as suas repercussões no próprio ambiente de trabalho.
Condições Motivacionais que Atuam Diretamente no Desempenho Profissional
Entende-se que a discussão sobre motivação nesse estudo é pertinente, na medida em que se propõe a investigar a percepção dos professores do ensino regular quanto à qualidade de vida, assim a motivação faz parte do conjunto de fatores que levam à melhoria da qualidade de vida de um indivíduo, tanto na condição de sua vida pessoal, quanto no desempenho de suas atividades profissionais.
A hierarquia das necessidades de Maslow provavelmente é a mais conhecida dentre os cinco conceitos clássicos da motivação. A teoria dos cinco níveis, inicialmente apresentada em 1942 a uma sociedade de psicanalistas, foi publicada em 1954 como Motivation and Personality (New York: Harper & Row). O modelo atraiu bastante interesse devido a sua simplicidade e a sua visão positiva da natureza humana. Para desenvolver esta psicologia humanística, Maslow generalizou a partir de suas observações de gente psicologicamente sadia, em lugar de estudar indivíduos emocionalmente perturbados, dados estatísticos ou animais de laboratório, como os outros psicólogos da época costumavam fazer.
Maslow fez uma estimativa da porcentagem de satisfação de cada uma das necessidades: fisiológicas 85%; segurança 70%; sociais 50%; amor-próprio 40%; e realização pessoal 10%. Portanto, é a busca da satisfação de uma necessidade que desperta o interesse das pessoas. O acúmulo de situações desconfortáveis faz com que haja o desgaste físico e psicológico. Algumas dessas situações são geradas por estímulos que são claramente perceptíveis como um conflito expresso abertamente, porém muitas situações provêm de estímulos sutis que passam desapercebidos, e esses são, em geral, os que geram maiores riscos, pois o indivíduo sente apenas as consequências que decorrem da exposição a eles.
A busca pela qualidade de vida no trabalho, isto
é, por melhores condições de trabalho nada mais é que uma tentativa de tornar o
ambiente mais saudável e menos propício ao adoecimento físico e mental. Para
Esteve (1999), o mal-estar docente é um dos fenômenos internacionais, cujos sintomas
começaram a ficar evidentes no início da década de 1980, nos países mais
desenvolvidos. Segundo ele, as causas mais importantes de licença em ordem de
classificação foram: os diagnósticos de traumatologia, os obstétricos e os
neuropsiquiátricos. As variáveis citadas acima dizem respeito ao contexto
social, econômico em que se exerce a docência, chamadas de fatores secundários.
Os fatores primários, por outro lado, são aqueles que estão diretamente relacionados ao contexto de sala de aula e infraestrutura, aos recursos materiais e as condições de trabalho. Os professores necessitam desenvolver capacidades para lidar não apenas com conhecimentos, mas também para lidar com os fatores que encontram nas suas salas de aula, na organização em que atuam, e no contexto social em que se inserem. Uma última e igualmente importante abordagem à motivação dos Professores na Rede Pública de Ensino é a de Skinner e os Comportamentalistas. Em lugar de examinar a psique humana em busca das causas do comportamento, os comportamentalistas enfatizam a importância de se descobrir a relação de causa e efeito entre as condições ambientais e o comportamento.
Os fatores primários, por outro lado, são aqueles que estão diretamente relacionados ao contexto de sala de aula e infraestrutura, aos recursos materiais e as condições de trabalho. Os professores necessitam desenvolver capacidades para lidar não apenas com conhecimentos, mas também para lidar com os fatores que encontram nas suas salas de aula, na organização em que atuam, e no contexto social em que se inserem. Uma última e igualmente importante abordagem à motivação dos Professores na Rede Pública de Ensino é a de Skinner e os Comportamentalistas. Em lugar de examinar a psique humana em busca das causas do comportamento, os comportamentalistas enfatizam a importância de se descobrir a relação de causa e efeito entre as condições ambientais e o comportamento.
O comportamento do docente que parece levar a uma
consequência positiva tende a se repetir, ao passo que o comportamento que leva
a uma consequência negativa tende a não ser mais repetido. As idéias de Skinner
foram desenvolvidas num laboratório experimental em que, usando controles
meticulosos, ele e seus colegas estudaram ratos e pombos para obter dados sobre
o processo de condicionamento. Os animais foram colocados num pequeno
compartimento (conhecido como Caixa de Skinner) e os laboratoristas observaram
e registraram as mudanças na taxa de reação do animal quando reforços como
alimentos ou estímulos desagradáveis como choques elétricos eram aplicados ou
removidos como consequência da reação do animal.
Os comportamentalistas advogam que o estudo das reações de animais sob condições controladas lhes permite formular conceitos comportamentais básicos, que podem ser aplicados e testados a nível humano. Quando os professores combinarem a compreensão das teorias de satisfação de necessidades da motivação humana com os métodos comportamentalistas de relacionar as recompensas e os castigos ao comportamento desejado, eles terão um conjunto poderoso de ferramentas motivadoras para ajuda-los a atingirem suas metas pessoais dentro do contexto organizacional. Isso aumenta o compromisso de toda a escola e a produtividade da organização... uma situação ganha-ganha.
Considerando as respostas realizadas com docentes do Serviço Público do Distrito Federal, e conforme lido nas bibliografias de LIMONGI, fica claro que QVT é algo que vai muito além de um modismo ou de algumas práticas superficiais adotadas por algumas empresas e que a devida atenção e importância dada ao tema é com certeza um diferencial competitivo para a organização; daí a importância de construir uma nova competência na gestão das empresas: a GQVT (gestão da qualidade de vida no trabalho). Impressionantemente a pesquisa nos mostra, que o docente do Serviço Público reconhece a importância do seu trabalho, mas como em quase todas as profissões, sofrem de males específicos e, o que mais nos chama a atenção; poucos conhecem ou participaram de Programas de Qualidade de Vida ofertados pela empresa em que trabalham.
Em um mundo em constante mudança, a busca pelo capital humano se torna cada vez mais intensa e necessária para a sobrevivência do homem; onde esse mundo mutante sem educação não existiria. Preocuparmo-nos com a qualidade de vida do docente, ou melhor, nos dedicarmos ao estudo da qualidade de vida dos Educadores, torna-se eu diria, mais do que necessário, pois uma sociedade sem educação é uma sociedade doente, ou seja, sem limites, sem orientação, sem parâmetros para evoluir em prol da coletividade. Em prol da Evolução Do Ser Humano E Do Mundo Que Habita. Profª Carla Vitali
Referências
Bibliográficas Os comportamentalistas advogam que o estudo das reações de animais sob condições controladas lhes permite formular conceitos comportamentais básicos, que podem ser aplicados e testados a nível humano. Quando os professores combinarem a compreensão das teorias de satisfação de necessidades da motivação humana com os métodos comportamentalistas de relacionar as recompensas e os castigos ao comportamento desejado, eles terão um conjunto poderoso de ferramentas motivadoras para ajuda-los a atingirem suas metas pessoais dentro do contexto organizacional. Isso aumenta o compromisso de toda a escola e a produtividade da organização... uma situação ganha-ganha.
Considerando as respostas realizadas com docentes do Serviço Público do Distrito Federal, e conforme lido nas bibliografias de LIMONGI, fica claro que QVT é algo que vai muito além de um modismo ou de algumas práticas superficiais adotadas por algumas empresas e que a devida atenção e importância dada ao tema é com certeza um diferencial competitivo para a organização; daí a importância de construir uma nova competência na gestão das empresas: a GQVT (gestão da qualidade de vida no trabalho). Impressionantemente a pesquisa nos mostra, que o docente do Serviço Público reconhece a importância do seu trabalho, mas como em quase todas as profissões, sofrem de males específicos e, o que mais nos chama a atenção; poucos conhecem ou participaram de Programas de Qualidade de Vida ofertados pela empresa em que trabalham.
Em um mundo em constante mudança, a busca pelo capital humano se torna cada vez mais intensa e necessária para a sobrevivência do homem; onde esse mundo mutante sem educação não existiria. Preocuparmo-nos com a qualidade de vida do docente, ou melhor, nos dedicarmos ao estudo da qualidade de vida dos Educadores, torna-se eu diria, mais do que necessário, pois uma sociedade sem educação é uma sociedade doente, ou seja, sem limites, sem orientação, sem parâmetros para evoluir em prol da coletividade. Em prol da Evolução Do Ser Humano E Do Mundo Que Habita. Profª Carla Vitali
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Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO