Até que ponto as empresas estão dispostas a promover a Qualidade
de vida no trabalho? Esse assunto é familiar para você?
Tenho vivido experiências interessantes em relação ao assunto. Já implantei um
programa de qualidade de vida no trabalho em uma das empresas em que trabalhei.
Todo o trabalho foi desenvolvido com a colaboração de profissionais
voluntários. Atualmente faço parte de uma equipe onde a proposta e dar
continuidade ao programa de qualidade de vida no trabalho existente na
empresa.
Bom! Ai vocês devem estar perguntando o que tem de interessante. O fato é que
nas duas situações o programa só existe graças a boa vontade das pessoas que
são da área de Recursos Humanos e que se dispõem a desenvolver o trabalho sem
que haja qualquer investimento financeiro por parte das empresas. Ano após ano
somos cobrados quanto às propostas para o programa, com projetos e atividades
para que o programa continue existindo. Porém não pode haver gastos. Deve-se
desenvolver o trabalho buscando parceiros e voluntários.
Ora, esse é um problema que atinge todas as empresas. O interesse não pode ser
apenas de algumas pessoas, mas sim da alta gestão da empresa. Qualidade de vida
deve fazer parte do planejamento estratégico das empresas que pretendem fazer
parte da lista das melhores empresas para se trabalhar, ou seja, pretendem
reter seus talentos. Não se pode fazer muita coisa, ou quase nada, sem
investimentos. Você até consegue iniciar o trabalho, mas chega um momento em
que é necessário muito mais do que voluntários ou parceiros. Se a empresa quer
resultados ela precisa investir.
O que tenho visto é que a participação dos empregados, após algum tempo, passa
a ser por obrigação e não por prazer, por interesse. E por um simples motivo:
não há o sentimento de continuidade, de fazer parte! Quando não se tem recursos
suficientes fica difícil você conseguir desenvolver um projeto que requer muito
mais do que pequenas ações de voluntários. Um projeto de qualidade de vida no
trabalho precisa do envolvimento de profissionais de diversas áreas, que
inicialmente se propõem a atuarem como voluntários, mas a continuidade do
trabalho tem que ser remunerado. Vejo que são programas mascarados e com
projetos inacabados. Não ha continuidade nas ações. Está-se sempre iniciando
alguma coisa, mas não se completa o ciclo do projeto, ou seja, início,
desenvolvimento e término, onde se avalia os resultados e a mudança ou não de
percurso, sempre buscando a tão falada qualidade de vida no trabalho. Então o
que deveria ser algo prazeroso passa a ser motivo de stress e frustração.
Questiono se há realmente interesse nas empresas em promover a qualidade de
vida no trabalho.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO